Cães podem ter alzheimer? Saiba o que é a Síndrome da Disfunção Cognitiva
- sitequerencia
- 17 de ago. de 2020
- 4 min de leitura
Você já ouviu falar sobre a Síndrome da Disfunção Cognitiva Canina (SDCC), conhecida como “Alzheimer dos cães”? A Síndrome da Disfunção Cognitiva acomete tanto cães quanto gatos, sendo mais frequente nos cães, e é uma doença do sistema nervoso central que atinge os animais idosos. Por não ser muito conhecida, seu diagnóstico precoce muitas vezes é difícil. Por isso, estar atento aos sinais que o seu cão pode dar é muito importante!
Mas antes de falarmos especificamente sobre a Disfunção Cognitiva Canina, precisamos entender um pouco sobre os nossos pacientes geriátricos!

Quando um cão é considerado um paciente geriátrico?
Nos últimos 30 anos tanto cães quanto gatos dobraram a sua expectativa de vida. E, embora ela seja determinada por alterações fisiológicas em combinação com a idade do animal, um pet é considerado um animal idoso quanto atinge 75% da idade da sua expectativa de vida.
E o que é esse envelhecimento?
Assim como em nós, humanos, nos cães o envelhecimento é um processo complexo que envolve muitos fatores que causam graduais e irreversíveis mudanças degenerativas em diferentes sistemas do corpo. Algumas das mudanças mais perceptíveis nos cães são o cansaço, problemas respiratórios, perda ou aumento de peso, mudanças nos hábitos de higiene e perda de visão e/ou audição. Podem surgir problemas periodontais, neoplasias, artrite, artrose, cardiopatias e, disfunções cognitivas, que vamos abordar agora!
O que é a Síndrome da
Disfunção Cognitiva Canina (SDCC)?

Ao falarmos sobre o Sistema Nervoso Central em paciente geriátricos, devemos pensar que 27% dos cães entre 11-12 anos apresentam alguma disfunção do Sistema, enquanto que em cães acima dos 15 anos esse déficit cognitivo aumenta para 67%.
A Síndrome da Disfunção Cognitiva Canina é um distúrbio neurodegenerativo, que acomete cães idosos e que está associada ao envelhecimento das células do sistema nervoso, que causa uma série de mudanças comportamentais nesses animais.
As causas incluem fatores genéticos, metabólicos e nutricionais. Um fator relevante que influencia no declínio cognitivo do cão envolve os danos oxidativos. A principal função dos antioxidantes é proteger as células sadias do corpo contra a ação oxidante dos radicais livres, e com o avanço da idade as defesas dos antioxidantes do organismo caem, tornando-os mais suscetíveis à doença. Os sinais clínicos são inespecíficos e, por isso, o subdiagnóstico no estágio inicial da doença é bastante comum, fazendo com que tutores e tutoras acabem buscando um diagnóstico clínico somente quando o cão já está em um estágio avançado da doença.
Quais são os principais sinais clínicos que um cão com Síndrome da Disfunção Cognitiva Canina apresenta?

Os principais sinais clínicos incluem:
- Desorientação: o cão perde a noção de orientação espacial e pode ficar preso em alguns cantos da casa ou se perder em ambientes em que ele já está acostumado a circular. Também podem começar a andar sem propósito
- Ações repetitivas e compulsivas: o cão começa a andar compulsiva e exaustivamente, arranhar o chão, comer mais do que o habitual- pois esquece que já comeu – ou fixa o olhar em algum ponto do ambiente
- Interação alterada: ele pode apresentar mudanças comportamentais em relação a outros animais e até mesmo pessoas da sua família
- Sono–vigília: troca o dia pela noite, fica vagando pelo ambiente, chora e uiva. Quando dorme pode aparentar um sono agitado
- Alteração dos hábitos de higiene: o cão começa a fazer xixi ou cocô em qualquer lugar, até mesmo em frente aos seus tutores/tutoras
O cãozinho também pode apresentar comportamento ansioso, agitação ou apatia.
A Síndrome da Disfunção Cognitiva Canina tem cura?
Não. A Síndrome da Disfunção Cognitiva, como falamos, é uma doença neurodegenerativa, e não tem cura. Mas, com o diagnóstico feito precocemente é possível minimizar os efeitos da doença, dando mais qualidade de vida ao paciente idoso.
Como o tratamento é feito?
O tratamento pode ser feito a partir de uma combinação de manejo nutricional, com uma dieta rica com compostos antioxidantes e suplementos e estímulos como atividades e mudanças no ambiente para que o animal tenha a manutenção da atividade cerebral.
Um bom acompanhamento nutricional e suplementar funciona tanto como uma abordagem funcional (que ajuda a corrigir os desequilíbrios do organismo) quanto preventiva.

O tratamento farmacológico também pode ser usado, já que evita a rápida progressão da neuro-degeneração a partir do uso de seleginina (aumenta níveis de dopamina e reduz o risco de morte celular), melatonina (para melhora do distúrbio do sono) e propentofilina (que tem efeito neuroprotetor e melhora o fluxo sanguíneo do sistema nervoso).
Quanto mais qualidade de vida damos aos nossos pets, maior é a sua expectativa de vida. Hoje sabemos que a nutrição, os exames preventivos e estar atento aos sinais que o seu melhor amigo de patas dá ajudam no diagnóstico precoce de doenças que são próprias do envelhecimento. Seu cão está apresentando algum sintoma ou comportamento diferente do habitual?! Na agropecuária Querência nós temos atendimento veterinário especializado para os seus pets!
*Informações retiradas da palestra que abordou o tema “Manual de cuidados especiais com animais idosos – ajude os pets a envelhecerem com saúde e disposição” apresentada pela médica veterinária da Agropecuária Querência, Ana Paula Vargas.
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